12 jan
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As 7 idades de um líder e a mais disputada delas pelo mercado – iPL semanal número 40

Duas em cada dez empresas contrataram profissionais que já tinham se aposentado oficialmente, de acordo com estudo realizado pela Hays Consulting Group sobre o mercado em 2011. A busca por profissionais de meia-idade e aposentados reflete a falta de mão de obra qualificada em um mercado aquecido e cada vez mais exigente. “Em momentos de transformação na sociedade e no mundo dos negócios, a contribuição de líderes seniores é fundamental para trazer o desenvolvimento e o sucesso de que as empresas precisam”, afirmou o CEO do iPL, Carlos Da Costa. “Esses profissionais adquiriram conhecimento e experiência ao longo dos anos, já viveram desafios e situações que muitos profissionais ainda não têm ideia de que vão enfrentar. Líderes seniores são mais sábios e insubstituíveis na missão de ensinar líderes mais jovens a detectar problemas e encontrar soluções.” Entre cargos estratégicos de liderança, 6% das empresas consultadas contrataram CEOs, 17%, conselheiros, 28%, gerentes e 33%, diretores.

No cenário internacional, um dos cases mais relevantes sobre a volta de líderes de sucesso ao mercado se trata da iniciativa do ex-presidente da África do Sul e Prêmio Nobel da Paz, Nelson Mandela. Em 2007, ele criou o The Elders, um grupo independente de líderes globais que oferecem sua influência e experiência para apoiar a construção da paz e promover os interesses comuns da humanidade. No seleto grupo, estão os ex-presidentes do Brasil Fernando Henrique Cardoso e dos Estados Unidos Jimmy Carter. “Essa iniciativa é um exemplo brilhante de como colocar pessoas certas nos lugares certos pode trazer transformações profundas nas organizações e na sociedade”, disse Da Costa.

No âmbito privado,  profissionais acima dos 50 anos de idade podem ser muito bem aproveitados como conselheiros, consultores, executivos para administrar projetos complexos ou, ainda, negociadores e empreendedores, professores e coaches. Neste mercado, começam a ser oferecidos programas de desenvolvimento desenhados especificamente para profissionais com longos anos de experiência, como o Certificate in Business and Executive Coaching (CBEC), desenhado pelo iPL para executivos em momento de transição de carreira e que pretendem ingressar no promissor mercado de coaching.

No artigo The Existential Necessicity of Midlife Change, escrito pelo professor da Universidade de Tel Aviv Carlo Strenger e pelo fundador da MaCann Erickson Israel,  Arie Ruttemberg, o conceito de “velho” ou “novo” em idade mudou muito nos últimos anos. Os autores são fundadores do Clube dos 50 – empresa que desenvolve e comercializa serviços para profissionais de meia idade. As experiências retratadas no livro mostram que, nesse momento de vida, o profissional fica frente a frente com suas limitações, suas possibilidades restritas, mais consciente de sua mortalidade e da necessidade de se desenvolver para tornar-se um líder sábio.

Entre os mitos e verdades sobre esse período da vida, um dos mais discutidos é de que, a partir dos 40 anos de idade, as pessoas passavam por um declínio da capacidade intelectual, começavam a ter preocupações e ansiedades com a chegada da morte e precisavam se aposentar. No entanto, esse conceito caiu por terra quando, a partir dos anos 1990, ocorreu uma mudança estrutural na sobrevida das pessoas – com a redução da mortalidade infantil e o avanço da medicina.

Nos últimos 90 anos, a expectativa média de vida do brasileiro passou dos 40 anos para os 73 anos.  “Hoje o líder de meia-idade precisa aceitar que, ao longo de sua vida profissional, ele terá várias carreiras. Também deve enxergar essa realidade como algo positivo, e se preparar muito bem para realizar essas mudanças de maneira consciente”, ensinou Da Costa. O segundo mito levantado é quando, em plena crise, o indivíduo acha que pode transformar todos os sonhos de uma vida inteira em realidade. “Uma coisa é ter um sonho e outra é usar a imaginação para criar cenários possíveis onde o potencial pode ser alcançado”, lembrou o CEO do iPL.

No artigo The Seven Ages of the Leader, Warren G. Bennis discorre sobre as transições pelas quais passa um profissional em cada estágio de sua carreira. O autor mostra que até chegarmos ao estágio da sabedoria, precisamos ser, antes, infantes, jovens apaixonados, soldados, generais e estadistas. Cada um dos estágios é importante para a evolução dos executivos e fundamentais para que o líder alcance o último estágio, transformando-se em sábio.

“Por isso, ao contrário do que se pensava na década de 1970, que por volta dos 40 anos de idade o profissional entrava em declínio intelectual, hoje se sabe que na meia-idade a maioria dos executivos já passou por crises prolongadas que pareciam intransponíveis naquele momento, e por meio delas descobriu seus pontos fortes e pôde aprimorar suas deficiências. Nesta fase, os profissionais colocam em perspectiva os problemas mais emergentes e lidam com eles com muito mais calma e liberdade”, disse Da Costa. Muitos desses executivos chegam, agora, ao auge de sua performance.

Aproveitando as oportunidades que surgem nesse momento de transição, as organizações devem apoiar seus líderes seniores no planejamento de suas carreiras, estabelecendo programas de educação continuada, em que os executivos seniores possam desenvolver e compartilhar conhecimentos, habilidades e interesses que servirão para seu desenvolvimento pessoal, o de sua equipe e de toda uma organização. Afinal, trata-se de experiência e conhecimentos de uma vida inteira.

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