Existem Melhores Práticas de Liderança? – iPL semanal número 24
O mais recente ranking das “Melhores Empresas para se Trabalhar” inspira líderes de todas as organizações a desenvolverem suas próprias práticas – de acordo com seus valores e contexto. “Para ser excelente, não existe receita pronta, mas é preciso que os líderes da organização mantenham o foco no que realmente importa para a estratégia, as pessoas, o presente e o futuro”, afirmou o Program Director do iPL, Carlos Ferreira. Consideradas essas diferenças, há também alguns pontos em comum entre as empresas que figuram na lista das melhores: elas investem no desenvolvimento de pessoas, exigem resultados e reconhecem o bom desempenho.
“Além de nos atentarmos às práticas comuns de sucesso, é preciso analisar as diferenças entre os pontos que foram citados nas empresas bem avaliadas na pesquisa”, lembrou Ferreira. Por exemplo: enquanto os integrantes da Belcar Caminhões e Ônibus preferem trabalhar em um ambiente de estabilidade, as pessoas da Elektro querem metas desafiadoras e promoções rápidas. “Como identificar a prática? As melhores empresas entram em um círculo virtuoso de desenvolvimento e atração de talentos”, concluiu.
Embora existam alguns elementos compartilhados pela maioria das empresas, estes não são comuns a todas elas. Existem, ainda, vários outros elementos que são compartilhados apenas pela minoria das organizações, pois são muito específicos para cada contexto organizacional. Portanto, buscar as melhores práticas, “a pílula da liderança”, leva as empresa ao oposto da essência do conceito de liderar. Isso porque os líderes de cada companhia devem conhecer profundamente sobre comportamento humano, de grupo e organizacional, e desenvolver seu próprio modelo de liderança, da mesma maneira como fizeram as melhores para se trabalhar. Como indicado pelo livro “The new psychology of leadership”, a principal obra de referência publicada neste ano sobre o assunto, os modelos de liderança seguem 3 princípios: são contextuais e dependem das circunstâncias vividas; baseiam-se não apenas no líder, mas no relacionamento entre o líder e suas equipes; e devem incorporar, além da realidade hoje, também as transformações pensadas no futuro.
As companhias que ocupam o topo do ranking das melhores para se trabalhar estão cada vez mais profissionalizadas neste sentido, e investem – ano a ano – mais recursos em educação e desenvolvimento de pessoas. É o caso da Ambev, que investe no aprimoramento profissional por meio de sua própria universidade corporativa, que o iPL ajudou a desenvolver. Na Redecard, a Academia de Líderes desenvolve os gestores e futuras lideranças da companhia. “Se antes era luxo para poucos ter uma universidade corporativa e academias de liderança, hoje é quase um item obrigatório no time das melhores. Afinal, quem serão os futuros líderes de nossas organizações?”, questionou o Program Director do iPL.
Todos esses mecanismos, práticas e instrumentos desenvolvidos pelas melhores empresas demonstram o que é liderança hoje. “Ainda que haja estilos de liderança totalmente diferentes, em organizações com personalidades diferentes, bons líderes entendem que as pessoas mais talentosas representam grande parte do conhecimento da companhia”, disse Ferreira. “Esses líderes têm a capacidade de enxergar o processo de seleção, desenvolvimento, retenção e sustentação de talentos como fonte de vantagem competitiva. Por isso, o desenvolvimento de liderança torna-se core competence.”
De acordo com estudo realizado por Harvard Business Review, comprometer e sustentar talentos traz dinheiro. Um aumento de 5% na satisfação dos funcionários equivale a 1,3% de aumento na fidelização do cliente e a 0,5% no crescimento da receita. Outra prova de que investir em gente traz resultado para o negócio é que 77% dos presidentes das melhores empresas para se trabalhar vieram do quadro de funcionários da própria companhia. Investir em pessoas não somente traz prêmios e um ambiente próspero, como também resultados para os acionistas e a sociedade.