15 jun
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Liderança em Erupção – iPL semanal número 11

O caos que a erupção do vulcão chileno Puyehue provocou nos últimos dias nos leva a refletir se, como líderes, estamos preparados para momentos de incerteza e mudanças rápidas de direcionamento. A todo o momento, temos de olhar a realidade que está emergindo e nos adaptarmos a ela. A erupção acontece a qualquer hora. Como no caso do vulcão do Chile, as lavas podem não sair somente pela cratera, como sempre se espera, mas também pelos lugares menos óbvios, para o Program Director do iPL Marcos Thiele.

O que vem em seguida, ninguém de nós consegue prever. A mudança está ao redor e acontece cada vez mais rapidamente. Isso demanda a atenção de todo executivo e de toda organização que queira sobreviver. “Um bom líder consegue se adaptar rapidamente a novos cenários, e não fica preso a um plano que foi definido um ano atrás”, afirmou Thiele. Para ele, a melhor maneira de o líder estar preparado para o futuro, sempre incerto, é abandonar a suposição de estabilidade, e adotar o princípio de uma organização dinâmica, que já nasceu para mudar.

As ideias de Thiele seguem no mesmo sentido do que propõem os especialistas Edward Lawler e Christopher Worley, autores do best-seller “Built to Change: How to achieve sustained Organizational Effectiveness”. Para eles, a mudança não pode ser vista como um mal necessário. Ao contrário: as organizações têm de ser descontinuadas, descongeladas, flexíveis e em constante transformação.

Assim, em vez de construir estruturas rígidas para alcançar vantagens competitivas de longo prazo, as companhias poderiam buscar uma cadeia de vantagens competitivas temporárias por meio da criação de uma estrutura em que a mudança faz parte do dia-a-dia. Para Lawler e Worley, em última instância, em vez de investir em esforços, descontinuar o status quo ou adaptar-se à mudança, as organizações já deveriam ser construídas para mudar.

“Os líderes precisam entender os valores de sua organização e trabalhar de maneira que esses valores guiem e sustentem as mudanças necessárias, no lugar de subestimá-las”, disse Thiele. “As pessoas costumam se preparar para o que já conhecem, e não para o que não conhecem. É preciso ter flexibilidade para aprender a aprender.”

Nessa perspectiva de mudanças rápidas e constantes, a habilidade para administrar a ansiedade pode ser uma das qualidades mais importantes de um líder, para o especialista Roberto Rosen, que escreveu o livro “Just Enough Anxiety”. Ele defende que a ansiedade controlada deve ser vista como uma fonte de energia para os líderes e suas organizações. Isso porque os líderes que despontam no topo são aqueles capazes de criar tal nível de ansiedade em suas organizações que maximizem e mobilizem a energia humana, despertando as ideias mais criativas, e potencializando engajamento e performance.

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