15 dez
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Os Jovens Talentos têm Propósitos? – iPL semanal número 37

Todo programa que tenha o propósito de desenvolver e reter jovens talentos de alto potencial deve considerar as dimensões tidas como as mais relevantes para a nova geração de líderes: globalização, diversidade, multidisciplinaridade, tecnologia, aprendizado e sustentabilidade. “Especialmente em programas de trainees, os mentores precisam estar preparados para promover o desenvolvimento desses talentos de maneira consciente e estratégica, formando líderes com visão global e garantindo o crescimento sustentado da companhia”, afirmou o CEO do iPL, Carlos Da Costa. “Jovens líderes querem encontrar propósito em suas profissões e ter paixão pelo que fazem.”

As organizações que forem incapazes de atender a essas urgências ou que não alcançarem tais expectativas podem perder seus maiores talentos. Isso explica porque algumas companhias atingem índices de retenção de mais de 50% cinco anos após o término de um programa de trainees, enquanto outras não conseguem chegar a 15%.

“Programas de trainees devem estar alinhados com o momento da sociedade e com a estratégia da organização. Caso contrário, quando o jovem talento cair na realidade da organização e descobrir que aquilo nada tem a ver com o que ele acredita ou com o que lhe foi vendido, o resultado é um fracasso”, explicou o Program Director do iPL Marcos Thiele. “Cada geração vive um contexto. A nova geração de líderes está completamente conectada com assuntos como sustentabilidade e tecnologia e isto deve estar no centro dos programas de desenvolvimento de jovens de alto potencial e na cultura das empresas que pretendem recebê-los. Hoje, por exemplo, os jovens vêem a sustentabilidade como uma maneira de construir uma carreira”, afirmou. Por isso, programas de desenvolvimento de talentos de alto potencial precisam ser desenhados de maneira integral, envolvendo os principais líderes e mentores que irão trabalhar com os jovens.

No recém-lançado livro “Passion and Purpose: Stories from the Best and Brightest Young Business Leaders”, os professores de Harvard Marlys Hanson, Merle Hanson e Arthur Miller revelam como a próxima geração de líderes trata de ideias, aspirações e práticas. Eles acreditam que passamos por uma remodelagem dos negócios e redefinição da liderança em todo o mundo. Jovens líderes com alto potencial preocupam-se com os desafios que eles mais desejam superar e sobre como eles devem persegui-los.

O maior desafio, no âmbito da globalização, é a complexidade que o boom dos negócios globais cria, de acordo com os professores de Harvard. Os jovens líderes terão papel fundamental em ajudar organizações internacionais a navegarem em mercados globais cada vez mais incertos, e aproveitar as oportunidades que determinadas regiões, especialmente Índia e Sudeste Asiático, estão trazendo. “Eles ganham experiência internacional cada vez mais cedo em suas carreiras”, disse Thiele. A globalização ajuda a nova geração de líderes a construir valores comuns que transcendem as fronteiras nacionais e culturais e os tira de sua própria zona de conforto, forçando-os a conhecer mais sobre si mesmos.

A globalização leva à convivência de pessoas de diferentes raças, classes sociais, religiões e à queda de barreiras dos mais diversos tipos. Assim, o local de trabalho se beneficia da multiplicidade de perspectivas que estes novos grupos integrados podem trazer. Os líderes devem valorizar a diversidade de maneira consciente e estratégica, definindo claramente como criar valor por meio dela, ao mesmo tempo em que gerencia papeis, estruturas e crenças que permitam a indivíduos diversos trabalharem juntos na convergência de uma só visão.

Em recente programa de trainee coordenado pelo iPL, um executivo argentino contou que tinha cabelo comprido quando começou a trabalhar em determinada empresa. Na época, o coordenador ao qual ele reportava, disse-lhe que ele deveria cortar o cabelo para se encaixar nos padrões corporativo. E foi o que ele fez. Hoje, alguns anos mais tarde, o executivo entende que, ao contrário, não deveria ter cortado o cabelo para se tornar igual aos outros – mas que a diversidade deveria ter sido respeitada na organização.

“Os mentores devem ser capazes de respeitar e aproveitar a diversidade que a globalização permite em suas equipes. Eles devem estar preparados para lidar com os trainees, ser bons mentores dos talentos de alto potencial que recebem, e saber aproveitar cada fio de cabelo comprido”, completou Da Costa. “Tão importante quanto a diversidade das pessoas lideradas, é a diversidade das próprias experiências dos líderes.”

Consciente de suas escolhas, a próxima geração de líderes deverá se tornar uma das mais educadas da história, com executivos que procuram aprimorar suas experiências educacionais, dentro e fora de sua rotina de trabalho. Hoje, as escolas de negócios e as corporações mundiais são os lugares que causam o maior impacto no desenvolvimento das competências e conhecimentos para que esses jovens líderes se tornem bem-sucedidos e vivenciem a natureza integrativa dos negócios. Esses lugares proporcionam o desenvolvimento do senso de propósito e o exercício de suas paixões de uma maneira concreta.

“A nova geração de líderes está comprometida em fazer a diferença e quer estar pronta para liderar agora, não no futuro”, disse Da Costa. Os jovens líderes acreditam que os negócios podem nos prover uma maneira de traduzir um propósito pessoal com significado em um trabalho que impacte o mundo de maneira positiva. Trata-se de uma das características mais importantes desta geração.

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